ESTUDO FITOQUÍMICO, FÍSICO-QUÍMICO DA ESPÉCIE Crescentia cujete E ATIVIDADE DE CITOTOXICIDADE FRENTE A Artemia salina
Palavras-chave:
Artemia salina, Fitoquímica, Crescentia cujeteResumo
Introdução: De acordo com a medicina popular, a polpa da espécie Crescentia cujete L. (Bignoniaceae), conhecida como Cuieira, é utilizada para combater dores de estômago, bronquite, tosse, asma e uretrite. No estado do Amapá a prática do aborto é bastante difundida e realizada com a utilização de plantas medicinais, entre elas, a polpa da espécie vegetal Crescentia cujete L. Por tratar-se de uma prática clandestina, não se tem conhecimento do grau de toxicidade que possam causar, promovendo graves consequências e riscos à saúde da mulher, podendo ser fatal para as usuárias. Objetivos: realizar o screening fitoquímico e estudo de toxicidade usando Artemia salina da poupa da Crescentia cujete L. Metodologia: A polpa da Crescentia cujete L. foi submetida a um processo de secagem, pesagem e extração etanólico a quente sob-refluxo. Os materiais foram filtrados e os extratos etanólicos obtidos concentrados em rotaevaporador, sob pressão reduzida. O Extrato Bruto Aquoso (EBA) foi obtido com a secagem da água que continha na polpa de Crescentia cujete L. Os testes foram realizados utilizando diferentes metodologias, sendo eles, testes de análise fitoquímica, toxicidade, atividade larvicida, pH, cinzas totais e umidade. Resultados e Discussão: o extrato apresentou resultados positivos para as seguintes classes de metabólitos secundários: ácidos orgânicos, açúcares redutores, saponinas, alcaloides, fenóis e taninos. De acordo com a literatura a presença de alcaloides indica certo grau de toxicidade, o que em excesso pode levar danos à saúde e que sendo utilizado em período gestacional pode ser que leve ao aborto, mas para a confirmação dessa ação serão necessários outros testes toxicológicos. Os testes de toxicidade frente à Artemia salina e larvas não apresentou alto grau de toxicidade para as larvas, onde a maioria delas permaneceu viva durante o experimento. Nos parâmetros físico-químicos, a planta apresentou pH=4,60, pela ocorrência de saponinas, ácidos orgânicos e taninos; Umidade de 21,2% ± 0,62, o que relaciona a pouca quantidade de água, fator indispensável para a não ocorrência de desenvolvimento de microrganismo ou degradação enzimática. Os resíduos por incineração (cinzas) da espécie se encontram dentro dos padrões farmacognósticos de 4,35 ± 1,66. Considerações finais: Apesar da espécie vegetal ter apresentado substâncias que apresentam atividade biológica comprovada, esta não toxicidade pode ser explicada, provavelmente, pela baixa concentração da substância presente nos extratos, não sendo possível, em mistura com muitas outras, apresentar ação tóxica, o que respaldaria estudos futuros com frações e substâncias isoladas.