ÓLEO ESSENCIAL DE MELALEUCA (Melaleuca alternifolia) COMO POSSÍVEL ADITIVO NATURAL DE COMBUSTÍVEIS
Palavras-chave:
Melaleuca, Aditivo natural, Biodiesel, Óleo essencialResumo
O óleo essencial de Melaleuca (OEME) oferece vários benefícios medicinais por comprovar ação antifúngica, bactericida contra patógenos e outros. Em virtude da sua atividade se torna um excelente aditivo natural para ser aplicado em biodiesel. Desde 2018, nos postos de combustíveis é obrigatória adição de 10% de biodiesel (B10) em diesel, no entanto, quando B5 se tornou obrigatório, vários problemas surgiram (degradação química, microbiana e outros). O acúmulo de material orgânico devido a essa degradação leva a problemas sistêmicos nos motores (entupimento de filtros e redução significativa da qualidade do combustível). Dessa forma aditivos vem sendo estudados para controlar a contaminação e a oxidação do biodiesel. Nesse contexto, o OEME surge como uma alternativa promissora de aditivo natural. O OEME foi obtido de folhas, cultivadas na Haje Insumos Orgânicos, certificado pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), obtido por arraste à vapor em destilador de aço inoxidável. As análises físico-químicas e os testes microbiológicos foram realizados no laboratório de materiais combustíveis (LMC/UnB e UNIP/DF) e o perfil químico por CG/EM (UFRJ). A atividade antimicrobiana utilizou o método da microdiluição para determinar a concentração inibitória mínima (CIM), com cepas padrão de bactérias e fungos e o teste de inibição de biomassa fúngica usou erlenmeyers inoculados com 106UFC mL-1 de A. fumigatus e o crescimento microbiano foi acompanhado por 7, 14 e 28 dias de incubação com pesagens da biomassa fúngica seca. Para avaliação da atividade antioxidante empregou-se o método de DPPH (1,1-difenil-2-picrilhidrazil). Foram adicionados 50mL de OEME, em triplicata, nos epedorff, e acrescentados 1950mL de DPPH·0,03mol/L etanólico, seguido de homogeneização e repouso por 60 minutos ao abrigo de luz. O controle foi preparado de modo semelhante, substituindo a amostra por etanol. A leitura foi realizada em 517nm e a atividade antioxidante foi expressa em percentual da capacidade do sequestro do radical DPPH. O OEME apresentou o terpinen-4-ol como composto majoritário (41,6%), atividade antioxidante de 94%±0,1, para a atividade antimicrobiana contra o Bacillus subtilis (CIM= 0,5 μl/mL) e os fungos Aspergilus niger, Aspergilus fumigatus similaridade no teor (CIM= 0,25 μL/mL) caracterizando um perfil antifúngico para esse óleo. Para o teste de biomassa fúngica os resultados mostram que a adição do OEME diminuiu em 30% o crescimento do fungo (A. fumigatus). Os resultados são atraentes, posteriormente serão aplicados em tanque de oxidação usando o método Rancimat para avaliar a estabilidade do biodiesel com OEME como um possível aditivo antioxidante e antimicrobiano eficiente em combustível.
Referências
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