ESTAQUIA DE PLUCHEA SAGITTALIS (LAM.) CABRERA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE ESTACAS, SUBSTRATOS E CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO INDOLBUTÍRICO
Palavras-chave:
quitoco, propagação sexuada, enraizamentoResumo
Pluchea sagittalis (quitoco) é uma espécie nativa pertencente à família das Asteraceae e é comumente difundida na medicina tradicional devido a suas ações para finalidades medicinais como eficaz anti-inflamatório, ansiolítico, antimicrobiano etc. Não existem estudos sobre a propagação vegetativa por estacas de ramos e de raízes de P. sagittalis. O objetivo destes estudos foi obter um protocolo de propagação vegetativa através de estacas de ramos e um experimento preliminar com estacas radiculares. No experimento 1 foram confeccionadas estacas herbáceas de porções apicais, medianas e basais dos ramos de plantas. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em um esquema trifatorial 3 X 2 X 4, onde os fatores foram: três tipos de estacas de ramos (apical, mediana e basal), dois substratos (casca de arroz carbonizada e Carolina Soil®) e quatro concentrações de ácido indolbutírico (0, 1000, 2000 e 3000 mg-L). O experimento 2 foi composto por estacas radiculares no qual o delineamento experimental do experimento preliminar foi inteiramente casualizado composto por estacas das raízes e dois substratos (casca de arroz carbonizada e Carolina Soil®). Foram avaliadas as variáveis: número de estacas vivas (NEV), número de estacas enraizadas (NEE), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento da maior raiz (CMR), número de folhas (NF), número de brotações (NB), massa fresca (MFA) e seca (MAS) da parte aérea e massa fresca (MFR) e seca das raizes (MSR). Sobre os resultados do Experimento 1, as estacas com porção apical promoveram melhor desenvolvimento nas variáveis NEV, CPA, NF e MFR em relação aos demais tipos de estacas. O substrato casca de arroz carbonizada apresentou maior média em relação às NEE enquanto o substrato Carolina soil® apresentou maiores valores de MFR e MSR. Quando em análise conjunta os fatores estacas e substratos, revelaram que a casca de arroz carbonizada apresentou maior porcentagem de NEV e NB. A utilização de AIB foi significativa apenas para a variável de MFA em estaca da porção apical com efeito simples para as variáveis do CMR e NB. No experimento 2 não houve diferença significativa entre as variáveis avaliadas. Assim é possível concluir que a propagação vegetativa através de estacas de ramos e raízes em P. sagittalis é viável e que são indicadas as estacas da porção apical do ramo, onde os dois substratos permitiram a obtenção de mudas de qualidade e o uso de AIB não proporcionou aumento de enraizamento na espécie.
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