AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIPROLIFERATIVA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Siparuna guianenesis Aublet EM CAMUNDONGOS COM TUMOR ASCÍTICO DE EHRLICH

Resumo

Siparuna guianensis, pertencente à família Siparunaceae, conhecida popularmente como capitiú, na região amazônica¹. Essa espécie é rica em bioativos, como flavonoides, sesquiterpenos e monoterpenos, os quais possuem atividade antioxidante, antinociceptiva e antinflamatória². Entretanto, há poucos estudos sobre a ação do óleo essencial em modelos oncológicos. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar a atividade antiproliferativa do óleo essencial de Siparauna guianensis (OESg) em camundongos com tumor ascítico de Ehrlich. As folhas de S. guianensis foram coletadas na ilha do Marajó, Salvaterra, Pará, Brasil (S 0°45’ 45,02”W 48°30’,47”), cadastradas no SISGEN (A87FCB3), secas em temperatura ambiente por sete dias, trituradas e submetidas ao processo de extração por hidrodestilação (3h)³. A análise química foi realizada por cromatografia de fase gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-MS). A atividade antioxidante foi avaliada pelos métodos de β-caroteno e DPPH. O projeto foi submetido ao CEUA/UEPA sob o n° 19/2021. Utilizaram-se 43 camundongos (Mus musculus), machos, adultos (40 dias) e pesando entre 30 e 40 g. Foram identificados 41 componentes químicos no OESg, os componentes majoritários foram os sesquiterpenos oxigenados curzerenona (16,4 ± 1,5%), drimenol (13,7 ± 0,2%) e espatulenol (12,4 ± 0,8%). Foram inibidos 11,1% dos radicais DPPH, cerca de dez vezes menor que o padrão Trolox (95,7 mgET/g). Já no método β-caroteno houve inibição de 15,5%. O tempo médio de sobrevida do grupo tumor (GT) foi de 18 dias, o grupo controle positivo (ciclofosfamida) foi de 19 dias, já o grupo tratamento de S. guianensis (Sg) foi de 28 dias. O OESg (68,4 ± 11,4 x 10⁶ cél) e o GT (694,8 ± 111,8 x 10⁶ cél), p<0,01. O óleo essencial de Siparuna guianensis possui ação antiproliferativa, sendo capaz de aumentar o tempo médio de sobrevida dos animais com tumor de Ehrlich, e pode ser utilizado como uma terapia adjuntiva no tratamento contra o câncer. Entretanto, mais estudos são necessários para assegurar os pressupostos.