UTILIZAÇÃO DA ESPINHEIRA SANTA (Maytenus ilicifolia) NO TRATAMENTO DE DESORDENS DO TRATO DIGESTIVO
Palavras-chave:
Fitoterápicos, Plantas medicinais, Trato Digestivo, GastriteResumo
Introdução: A utilização de plantas para fins terapêuticos é uma prática milenar, com relatos que datam das primeiras civilizações. Hoje em dia, muitas espécies são estudadas cientificamente de forma a terem suas propriedades farmacológicas comprovadas. Maytenus ilicifolia conhecida popularmente como Espinheira-santa, é uma das muitas espécies que possui um grande valor na área fitoterápica, uma vez que suas folhas são muito utilizadas tradicionalmente para tratar os sintomas e desconfortos de doenças que perturbam o sistema digestivo, sendo inclusive, indicada por profissionais da saúde para o tratamento da acidez gástrica, ulceras estomacais, além de possuir atividade antimicrobiana para o controle da Helicobacter pylori. Nesse contexto o Objetivo desse trabalho foi avaliar e compreender como o uso da Maytenus ilicifolia pode auxiliar no tratamento da gastrite, ulceras gástricas e de outras doenças que afetam o sistema digestório. Metodologia: A pesquisa foi realizada a partir de uma revisão bibliográfica, qualitativa e exploratória, para o aprofundamento do tema, baseando-se, em: artigos, teses e pesquisas publicadas em plataformas como: Scientifc, Library Online, Scielo, Google Acadêmico e PubMed. Resultados e discussão: A grande maioria dos trabalhos analisados, comprovam que a espinheira-santa possui efeito terapêutico na dispepsia, gastrite e úlcera, podendo amenizar os sinais e sintomas dessas patologias. Vários compostos bioativos são responsáveis por esses efeitos, que interagem formando um fitocomplexo. Nesse contexto, destacam-se os triterpenos, flavonoides e taninos que aumentam o pH estomacal e secreção gástrica e protegem a mucosa do estômago, além das propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Como infusão pode ser indicado sem prescrição médica, sendo preparado a partir da infusão das folhas em água quente (3 g de folhas secas em 150 mL de água), indica-se tomar 3 a 4 vezes ao dia, podendo ser ingerido antes ou depois das refeições. Na redução da acidez gástrica, poucos ensaios clínicos foram encontrados, porém, a maior parte dos estudos em animais comprovaram seu efeito farmacológico, sendo até comparada aos fármacos cimetidina e ranitidina. Com relação aos efeitos adversos, são relatados em alguns estudos a manifestação de gosto estranho na boca, boca seca, náuseas, tremor nas mãos e poliúria, dessa forma, o uso em crianças e gestantes é contraindicado. Em Conclusão: o uso medicinal da Maytenus ilicifolia é comprovado cientificamente por diversos trabalhos, o que justifica a prescrição dessa espécie como fitoterápico para o tratamento de desordens digestivas. Além disso, não há relatos de toxicidade e efeitos adversos graves, sendo considerada, portanto, uma excelente alternativa medicinal.
Referências
CALOU, I. B. F.; et al. A Atividade Gastroprotetora da Maytenus ilicifolia e Maytenus aquifolium. Revista Saúde e Ciência, v. 3, nº 2, p. 33-42, 2014.
DDINE, L. C.; et al. Fatores Associados com a Gastrite Crônica em Pacientes com Presença ou Ausência do Helicobactery pylori. ABCD – Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, v. 25, n. 2, 2012.