INVESTIGAÇÃO DA TOXICIDADE ORAL AGUDA DE UMA ESPÉCIE VEGETAL DO GÊNERO CHAMAECRISTA

Resumo

A biodiversidade amazônica, em conjunto com os saberes culturais de sua medicina tradicional, se constitui um patrimônio inestimável, fonte para a pesquisa de biomoléculas com potencial terapêutico, o que inclui a elucidação de sua toxicidade e propriedades farmacológicas. O gênero Chamaecrista (Fam. Caesalpiniaceae/Fabaceae) compreende espécies inseridas na cultura medicinal, sendo usadas como laxativo, contra venenos de serpentes e escorpiões e no tratamento de feridas e úlceras. O presente estudo se propõe a investigar a toxicidade oral aguda do extrato etanólico das partes aéreas de Chamaecrista sp. (Ch001). Seguiu-se as diretrizes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) de nº 420 para que fosse avaliado os efeitos tóxicos nas doses fixas pré-estabelecidas. Para tanto, ratas fêmeas (Wistar; n=20), pesando de 150 a 180 g, foram administradas v.o. com salina 0,9% (Controle) ou Ch001 (2.000 mg/kg). Foram então avaliados nas 4 horas subsequentes a atividade locomotora no teste do campo aberto, a manifestação de sinais hipocráticos de toxicidade e ocorrência de mortes. Após este período foram avaliados o ganho de peso, consumo de água e ração, sinais hipocráticos e mortes por 14 dias. No 15º dia os animais foram eutanasiados, sendo realizada a avaliação macroscópica dos órgãos (coração, estômago, fígado, rins e pulmão) e verificação de seu peso relativo. O protocolo experimental foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com animais da Universidade Federal do Pará (CEUA 9678260552). O extrato de Ch001 não apresentou alterações na avaliação hipocrática, bem como não houve efeitos na atividade locomotora. O ganho de peso e o consumo de água e ração também não foram afetados. Tais resultados abrem portas para a realização de estudos que explorem as possíveis propriedades farmacológicas de Ch001.