Atividade antioxidante dos resíduos (cascas) de S. rubra (Louro Gamela), espécie madeireira do Amazonas

Autores

  • Sarah Larissa Flores UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
  • Thaís Sampaio Alves Universidade Federal do Amazonas
  • Emerson Silva Lima Universidade Federal do Amazonas
  • Anderson Cavalcante Guimarães

Palavras-chave:

Resíduos Madeireiros, Atividade antioxidante, Sextonia rubra

Resumo

A Sextonia rubra (Mez.) van der Werff (LAURACEAE), única representante do seu gênero na Amazônia brasileira, é apreciada pelo setor madeireiro. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antioxidante dos extratos das cascas de S. rubra. As cascas foram coletadas na empresa Mil Madeiras Preciosas Ltda (Itacoatiara-AM). O material moído foi extraído com etanol 70 %. Uma parte do extrato bruto foi seco (LLG) e a outra parte foi extraída com hexano (LLG01), clorofórmio (LLG02), acetato de etila (LLG03) e n-butanol (LLG04), gerando o resíduo hidroalcoólico (LLG05). A quantificação de fenóis totais (FT) foi avaliada pelo método de KIM, et al., (2013), e as capacidades inibitórias contra DPPH• e ABTS•+ foram realizadas segundo  BURITS & BUCAR, (2000) e SHANTY & MOHANAN, (2018), respectivamente. Foram obtidos 176,6 g de extratos apresentando rendimento de 11,19%. Os rendimentos (g) foram: LLG (81,98), LLG01 (0,92), LLG02 (3,66), LLG03 (11,64), LLG04 (35,74) e LLG05 (42,60). Os extratos polares apresentaram maiores rendimentos, indicando o acúmulo de substâncias polares nas cascas de S. rubra. Os teores de FT (%) determinados foram: LLG (6,90), LLG01 (10,37), LLG02 (11,72), LLG03 (5,31), LLG04 (6,32) e LLG05 (18,82). Os extratos LLG01, LLG02 e LLG05 apresentaram os maiores teores de FT. Os ensaios de atividade antioxidante (DPPHe ABTS•+) apresentaram os valores de CI50 (µg/mL), respectivamente: LLG (10,67; 17,67), LLG01 (97,10; 90,1), LLG02 (19,20; 52,00), LL03 (19,27; 8,90), LLG04 (17,77; 8,25) e LLG05 (18,37; 8,00). Os extratos LLG, LLG03, LLG04 e LLG05 apresentaram valores de CI50 menores que do extrato de Gingko biloba (44,72 e 21,75) (DPPH; ABTS•+), indicando maior potencial antioxidante que o extrato padrão (DONATINI et al., 2009; SATI et al., 2013). Os valores de CI50 desses extratos, são comparáveis aos valores de substâncias padrão como o ácido gálico (24,27), rutina (27,80) e BHT (6,42) (RODRIGUES et al., 2019; SOUSA et al., 2007). O LLG05 apresentou o maior teor de FT e maior capacidade antioxidante, relacionando a atividade com os compostos fenólicos. O extrato LLG03 apresentou o menor teor de FT e uma das maiores capacidade antioxidantes, podendo ser justificada por fenólicos com mais hidroxilas livres. Esse trabalho contribui para conhecimento sobre resíduos madeireiros que podem ser utilizados como fonte de substâncias ativas conhecidas e para a química do gênero, por haver poucos estudos relacionados.

Referências

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Publicado

2023-04-12

Como Citar

FLORES, S. L.; SAMPAIO ALVES, T.; SILVA LIMA, E.; CAVALCANTE GUIMARÃES, A. Atividade antioxidante dos resíduos (cascas) de S. rubra (Louro Gamela), espécie madeireira do Amazonas. Anais do Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, [S. l.], 2023. Disponível em: https://resumos.sbpmed.org.br/index.php/spmb/article/view/54. Acesso em: 12 maio. 2025.