As AS DROGAS VEGETAIS E A VALORIZAÇÃO DOS SABERES NA COLEÇÃO BIOCULTURAL DO HERBÁRIO MSF PROF.ª DR.ª MARLENE FREITAS DA SILVA

Autores

  • Dayana Macapuna
  • Jessica Caroline Mendes da Costa Universidade do Estado do Pará, Belém, Pará, Brasil
  • Maria Antonia Ferreira Gois Universidade do Estado do Pará, Belém, Pará, Brasil
  • Geysiane Costa e Silva Universidade do Estado do Pará, Belém, Pará, Brasil
  • Flávia Cristina Araújo Lucas Universidade do Estado do Pará, Belém, Pará, Brasil

Palavras-chave:

Acervo Biocultural, Coleções Botânicas, Tainacan

Resumo

INTRODUÇÃO: Coleções Bioculturais documentam artefatos e saberes associados aos recursos naturais e atuam como repositórios de amostras vegetais e animais utilizados pelo homem. A Coleção Biocultural do Herbário MFS organiza os seus itens e exsicatas por categorias, seguindo as indicações de uso da comunidade ou do local onde foram adquiridos. Dentre as categorias, encontram-se as Drogas Vegetais, que são constituída de planta seca, inteira ou rasurada, utilizada na preparação de infusos, decoctos e maceração para fins terapêuticos. Para o gerenciamento dos dados bioculturais, o Herbário MFS disponibiliza as informações on-line através do software livre Tainacan. OBJETIVO: O presente trabalho objetivou apresentar as drogas vegetais da Coleção Biocultural do Herbário MFS, da Universidade do Estado do Pará, Belém, Brasil, compreendendo a sua relevância para a valorização dos saberes culturais e da diversidade vegetal. METODOLOGIA: Foram realizadas buscas no software Tainacan, e posteriormente, filtradas as drogas vegetais do acervo de dados da Biocultural. Em seguida, foram analisadas as informações botânicas e culturais relacionadas aos itens. RESULTADOS: A categoria Drogas Vegetais contabiliza 310 itens registrados, sendo 63 objetos e 247 exsicatas distribuídas em 65 famílias botânicas. Desse total, 283 são procedentes do Brasil e 27 são oriundos de outros países. As famílias mais representativas são: Lamiaceae (44 itens registrados e 23 spp.); Asteraceae (26 itens e 12 spp.); e Leguminosae (22 itens e 14 spp.). Folhas, frutos e cascas representam as partes mais utilizadas das drogas vegetais armazenadas no acervo, contabilizando 224, 29 e 29 itens respectivamente. A espécie mais expressiva pelo uso das folhas é a Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers., conhecida popularmente como “pirarucu”, “folha da fortuna”, “coirama”, dentre outras denominações. Segundo a indicação Biocultural relatada pelas comunidades de origem dessa espécie, a maceração da folha é usada para tratar infecção urinária, inflamação, queimaduras, diarreia, vômito, picadas de insetos e gastrite, previne sintomas de convulsão, azia, úlcera péptica, além de possuir propriedades antifúngicas, antiviral e antimicrobiana. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza, em muitos casos, o único recurso terapêutico de comunidades e grupos étnicos. As observações populares acerca do uso e a eficácia de plantas medicinais no mundo, mantém em voga a prática do consumo de drogas vegetal e fitoterápico, tornando válidas as informações terapêuticas acumuladas durante séculos. Registrar essas informações de usos terapêuticos em acervos Bioculturais contribui para a valorização da biodiversidade, conservação da memória biocultural e fortalecimento dos saberes resultantes da miscigenação dos povos que compõem o Brasil.

Referências

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Publicado

2023-04-12

Como Citar

MACAPUNA, D.; MENDES DA COSTA, J. C.; FERREIRA GOIS, M. A.; COSTA E SILVA, G.; ARAÚJO LUCAS, F. C. As AS DROGAS VEGETAIS E A VALORIZAÇÃO DOS SABERES NA COLEÇÃO BIOCULTURAL DO HERBÁRIO MSF PROF.ª DR.ª MARLENE FREITAS DA SILVA. Anais do Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, [S. l.], 2023. Disponível em: https://resumos.sbpmed.org.br/index.php/spmb/article/view/56. Acesso em: 22 out. 2025.

Edição

Seção

Botânica/etnobotanica