LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO NA COMUNIDADE NOVA BETEL, ORIXIMINÁ-PARÁ, BRASIL

Autores

  • Elivana dos Santos Pantoja Universidade Federal do Oeste do Pará Campus de Oriximiná - Prof. Domingos Diniz
  • Adriele Figueira Souza
  • Diego Souza Costa Universidade Federal do Oeste do Pará Campus de Oriximiná - Prof. Domingos Diniz
  • Pryscilla Denise Pryscilla Denise Almeida Universidade Federal do Oeste do Pará Campus de Oriximiná - Prof. Domingos Diniz

Palavras-chave:

Bioprospecção;, Comunidade Tradicional;, Etnoconhecimento;, Plantas Medicinais.

Resumo

As plantas desde os primórdios da Terra vêm sendo amplamente utilizadas como formas de tratamento e prevenção de doenças, seja de forma alternativa ou complementar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 80% da população mundial depende ou utiliza de alguma forma a medicina tradicional, principalmente as que detêm menor poder aquisitivo e econômico. Este trabalho teve como objetivo identificar as plantas medicinais, partes utilizadas e suas formas de uso, bem como traçar o perfil do usuário e as formas de transmissão de conhecimentos pelos moradores da comunidade. A pesquisa foi realizada na comunidade denominada Nova Betel, localizada na BR 163, conhecida regionalmente como estrada do BEC (Batalhão de Engenharia e Construção), KM 12, no município de Oriximiná/Pará. A coleta de dados foi obtida através de entrevistas individuais, com questionário semiestruturado sobre a espécie vegetal de uso medicinal, nomes populares, indicação, partes utilizadas e forma de utilização. Foram entrevistados 13 moradores da comunidade, sendo 7 do sexo feminino e 6 do sexo masculino. A idade dos entrevistados variou entre 24 e 60 anos, quanto a cor e etnia, 10 declararam-se pardos e apenas 3 declararam-se brancos. A pesquisa revelou que a maioria dos entrevistados não concluiu o ensino fundamental e tem como principal fonte de renda a agricultura familiar. Em relação ao conhecimento de plantas medicinais todos os entrevistados declararam saber o que são, e a maioria admite usá-las, apenas uma pessoa afirmou não utilizar plantas para fins terapêuticos. Quanto ao tipo de tratamento, todos afirmaram fazê-lo de forma alternativa. A pesquisa revelou ainda que, o uso das plantas medicinais ou remédios caseiros acontece desde a infância, sob a indicação de familiares ou pessoas próximas e apenas quando ficam doentes. Foram citadas 20 espécies vegetais, que são encontradas nos quintais, mata ou compradas no comércio local. Foram relatadas sete formas de uso, 17 tratamentos ou doenças diferentes, todas as partes das plantas foram mencionadas, porém a folha é a mais utilizada. O conhecimento e uso das plantas pela comunidade são de extrema importância, pois possibilitam a perpetuação dos saberes locais, contribuindo para novos estudos que possam realizar a bioprospecção e a correta indicação de uso das espécies medicinais da Amazônia. Apesar dos comunitários admitirem o uso e confiarem nas plantas medicinais, é necessário difundir o conhecimento dos efeitos colaterais provenientes da ingestão de altas doses ou forma de preparo inadequada.

Referências

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SANTOS, S. S., LÉDA, P., & OLIVEIRA, D. R. DE. Plantas medicinais e fitoterapia em Oriximiná – Pará, Brasil: percepção e intenção de uso pelos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS). VITTALLE - Revista De Ciências Da Saúde, 30(1), 11–25. https://doi.org/10.14295/vittalle.v30i1.7357, 2018. Disponível em <https://periodicos.furg.br/vittalle/article/view/7357> Acesso em: 17 de setembro de 2022.

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Publicado

2023-04-12

Como Citar

DOS SANTOS PANTOJA, E.; FIGUEIRA SOUZA, A.; SOUZA COSTA, D.; PRYSCILLA DENISE ALMEIDA, P. D. LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO NA COMUNIDADE NOVA BETEL, ORIXIMINÁ-PARÁ, BRASIL. Anais do Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, [S. l.], 2023. Disponível em: https://resumos.sbpmed.org.br/index.php/spmb/article/view/78. Acesso em: 25 abr. 2025.

Edição

Seção

Botânica/etnobotanica