COMPOSTOS BIOATIVOS E AÇÃO FARMACOLÓGICA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA ASTERACEAE UTILIZADAS EM TRATAMENTOS DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS NO ESTADO DO AMAPÁ, AMAZÔNIA, BRASIL
Palavras-chave:
etnobotânica, etnofarmacologia, sistema respiratórioResumo
Introdução: Na Amazônia, é cultural o uso de plantas para tratar diversos tipos de enfermidades. No estado do Amapá não é diferente, estudos locais retratam uma grande utilização de ervas no tratamento de patologias em todo o sistema corporal, incluindo o sistema respiratório. As doenças respiratórias são responsáveis pela terceira causa de morte no mundo. A família Asteraceae é o grupo sistemático mais numeroso dentro das angiospermas, no Brasil, há cerca de 250 gêneros e 2.000 indivíduos. Objetivo: Investigar os compostos bioativos e a ação farmacológica de espécies da família Asteraceae usadas empiricamente para tratar doenças respiratórias no estado do Amapá. Métodos: Este estudo é uma revisão integrativa da literatura, procedimento metodológico que permite a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para entender de forma completa o fenômeno analisado. Então, a busca teve como base a estratégia PICo6, onde “P” corresponde à população, paciente ou problema, “I” ao interesse e “Co” ao contexto do estudo. Logo, a pergunta norteadora elabora foi: Quais espécies da família Asteraceae são usadas tradicionalmente para tratar doenças respiratórias no estado do Amapá, seus compostos e ações farmacológicas? Resultados: Foram identificadas 8 espécies da família Asteraceae, sendo quatro nativa, três naturalizadas e uma cultivada, classificadas como erva, subarbusto e arbusto. A gripe (35,29%) foi a doença mais recorrente, a folha (42,86%) a parte vegetal mais utilizada e o chá (50%) a forma de uso mais comum. As espécies foram: Jambú/Acmella oleracea (ácidos, flavonoides e óleo essenciais (OE)/antinociceptivo, antioxidante e anti-helmíntico); Japana/Ayapana triplinervis (alcalóides, ayapanina, cumarinas, fenóis, flavonoides, (OE) e taninos/antioxidante, gastroprotetora, antibacteriano); Cunambi/Clibadium surinamense (cumarinas e taninos/atividade larvicida); Alface/Lactuca sativa L. (ácidos, flavonoides e taninos/antioxidante); Cominho/Pectis elongata Kunth (OE/antibacteriana); Marcela/Pluchea sagittalis Lam. (flavonoides e OE /antibacteriana, antifibrótico e antinociceptivo); Cravo/Tagetes erecta L. (ácidos, fenólicos, flavonoides e taninos/antioxidante, anti-inflamatório, antidiabético, antidepressivo); Cravo bravo/Tagetes minuta L. (flavonoides e OE/antioxidante, antibacteriano, antimalárica e antileishmania). Conclusão: Os resultados contribuem para o conhecimento da biodiversidade local (Amapá), regional (Amazônia) e nacional, além de fornecer informações científicas sobre compostos bioativos e atividades biológicas presentes nas plantas que podem atuar na cura e prevenção de doenças. Fica explicito que há poucos estudos sobre compostos bioativos e ações farmacológicas das espécies encontradas, há uma escassez maior de estudos clínicos que comprovem a sua eficácia e segurança. Contudo, os dados suportam, em parte, o uso etnofarmacológico das espécies apresentadas para o tratamento de doenças do sistema respiratório e patologias de outros sistemas do corpo humano.
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