PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS COMO TRATAMENTO COMPLEMENTAR DO CÂNCER DE PELE (MELANOMA E NÃO-MELANOMA) POR PACIENTES ONCOLÓGICOS DO HOSPITAL REGIONAL DO BAIXO AMAZONAS
Resumo
Introdução: O câncer (CA) de pele é o tipo maligno mais incidente no Brasil, que atinge ambos os sexos e todas as faixas etárias, e divide-se em melanomas e não-melanomas. O melanoma tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina) e é mais frequente em adultos brancos; já o tipo não-melanoma surge nas células basais ou escamosas da epiderme, com frequência em 95% do total de casos de câncer de pele. Considerando o aumento de casos dessa doença e a busca por alternativas no tratamento que possam melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes, o uso de plantas medicinais vem aumentando entre pacientes. Seu uso indica uma terapia alternativa no tratamento do câncer de pele. Objetivo: Realizar levantamento do uso de espécies de plantas medicinais utilizadas por pacientes em tratamento de câncer de pele no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA). Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e exploratório com abordagem qualitativa, por meio de questionário. A amostra do estudo compreendeu 29 pacientes que estavam fazendo tratamento para câncer de pele no HRBA. A coleta dos dados se deu de novembro de 2021 a janeiro de 2022. A pesquisa obedeceu aos preceitos éticos da Resolução 466/12 que rege as pesquisas com seres humanos, tendo sido aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Pará. Resultados: Dos 29 pacientes entrevistados 58,62% faziam uso de plantas medicinais como alternativa ao tratamento do câncer de pele. A planta mais citada foi o Noni (Morinda citrifolia), sendo o fruto a parte mais utilizada, na forma de decocção, extrato, ingestão com água ou cataplasma. A segunda planta mais empregada foi a Paja Manjerioba (Senna obtusifolia), em forma de decocção, ingestão com água e infusão. A terceira planta mais usada pelos pacientes foi a Graviola (Annona muricata), na forma de extrato, decocção e óleo. Um estudo com camundongos comprovou o potencial anti-proliferativo e pró-apoptótico no câncer de pele não-melanoma das partes aéreas da graviola. Estudo in vitro usando extrato etanólico do noni comprovou a redução na proliferação de um tipo de célula de melanoma humano. Não foram relatadas na literatura evidências do potencial anticâncer de pele da paja manjerioba. Conclusão: Pacientes com câncer de pele do HRBA utilizam, além do tratamento quimioterápico, terapias complementares com plantas medicinais a fim de amenizar os efeitos da doença. Das três plantas mais relatadas, duas apresentam potencial anti-cancerígeno relatados na literatura.