O USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR HOMENS IDOSOS EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO NO INTERIOR DA AMAZONIA.
Palavras-chave:
planta medicinal, câncer, idoso, paciente oncológicoResumo
Introdução: A Etnobotânica é um ramo da Etnobiologia, que investiga, analisa e estuda as informações tradicionais sobre o uso das plantas pela população de uma comunidade (1). No Brasil, 80% da população já utilizou ou utiliza plantas medicinas (PM) no dia a dia e grande parte dessa população é constituída de idosos, além disso a incidência de câncer aumenta assim como a expectativa de vida da população (2). Objetivo: Averiguar o uso de PM por homens acima de 60 anos em tratamento oncológico no interior da Amazônia. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e exploratório com abordagem quantitativo. A amostra do estudo compreendeu 114 pacientes homens com idade igual ou superior a 60 anos, que estavam fazendo tratamento para câncer no Hospital Regional do Baixo Amazonas, a coleta dos dados se deu no período de novembro de 2021 a janeiro de 2022. A pesquisa obedeceu aos preceitos éticos da resolução 466/12 que rege as pesquisas com seres humanos, tendo sido aprovada pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade do Estado do Pará CAEE:43460721.0.0000.5168. Para melhor compreensão dos resultados, os dados foram organizados planilhas através do software Excel® 2016. Resultados: Dos 114 pacientes que fizeram parte desse estudo, 57, 02% faziam uso de plantas medicinais como tratamento complementar para o câncer, quando indagados sobre a toxicidade das plantas medicinais 57,02% afirmaram não saber que elas podem ser tóxicas ao organismo. Em relação as plantas medicinais mais utilizadas pelos pacientes destaca-se o Ipê roxo (Tabebuia impetiginosa) com 13,85% das citações, seguido da graviola (Annona Muricata L.) e do Camu-camu (Myrciaria dúbia) ambos com 7,69% dos relatos, Crajiru (Arrabidaea chica) com 6,15%, outras espécies como a laranja da terra (Citrus aurantium), Rambutan (Nephelium lappaceum) e jenipapo (Genipa americana) também foram relatados, cada uma dessas espécies foi citada 3 vezes. Em relação ao tipo de câncer que estava sendo tratado de forma complementar com as plantas medicinais destacou-se o Ca de próstata com 27,7% dos casos, o Ca de pulmão com 13,8% e o Ca de reto com 12,3% dos relatos. Conclusão: Ficou evidente que os pacientes utilizam plantas medicinais como tratamento complementar ao câncer e desconheciam os riscos associado a toxicidade das mesmas, além disso, dentre as plantas elencadas algumas são bastante difundidas pelo conhecimento tradicional e estudadas no meio científico por apresentarem atividade antitumoral como é o caso da graviola, do ipê roxo e do camu-camu.
Referências
Kurebayashi LFS, Oguisso T, Freitas GF. Acupuncture in Brazilian Nursing Practice: ethical and legal dimensions. Acta Paul Enferm. 2009; 22(2):210-12.
INCA. Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Câncer; 2011.