CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE ORAL AGUDA E DA IRRITABILIDADE DÉRMICA DO EXTRATO ETANÓLICO DE VAGENS DE Libidibia Ferrea.
Resumo
Introdução: A L.Ferrea (Jucá), é utilizado como uma alternativa terapêutica para o tratamento de uma variedade de patologias1. Apesar da crença de que o uso de produtos naturais não apresenta riscos a saúde, sua utilização inadequada pode gerar efeitos tóxicos ao organismo2. Objetivos: Realizar a caracterização química, avaliar a toxicidade oral aguda e o potencial de irritação dérmica do extrato etanolico de L. Ferrea. Materiais e Métodos: As amostras foram coletadas na área urbana de Santarém, Pará-Brasil. O extrato foi produzido utilizando-se o soxhlet por refluxo de solvente alcoólico. A caracterização química foi feita por Cromatografia líquida de ultra-performance acoplado aos detectores de arranjo de diodos e ao espectrômetro de massas Xevo TQ-S. Para os testes in vivo, foram utilizados 18 animais da espécie albinus Wistar de ambos os sexos, idade inicial de 60 dias e pesando entre 200 e 300 gramas, provenientes do Biotério da Universidade do Estado do Pará, Campus Santarém. Os animais foram acodicionados em umidade (50-60%), temperatura (21°C ± 2), alimentados com ração e água ad libitum durante o experimento. O teste de toxicidade aguda seguiu as diretrizes da The Organization for Economic Co-operation and Development. O extrato foi diluído em Tween 80 a 1% em Água destilada. Já o teste de Toxicidade dérmica foi feito a partir das normas da OECD 402/2017. Os animais foram epilados numa área mínima de 10% do total da superfície corporal por tosquia e tratados com o oléo de L. Ferrea e Tween 80 a 1%. Resultados e Discussão: A análise cromatográfica identificou ácido elágico (34,27%), galotanino (15,19%), ácido gálico (14,75%), dilactona ácido valoneico (13,89%), totalizando 78,10% constituintes químicos na amostra. O teste de toxicidade oral aguda não evidenciou alterações nos pêlos, pele, olhos e mucosas, sinais de tremores, convulsões, salivação, diarreia, letargia, sono, coma, dor e sofrimento. Além disso, como sinal de toxicidade, o peso foi analisado nos dias 1, 7 e 14 após a aplicação. Os animais não tiveram perda de peso, ao contrário, foi observado uma evolução crescente no peso quando comparado ao grupo controle. Determinou-se que a toxicidade oral aguda do extrato etanólico do Jucá é >2000 mg/kg pc. Conclusão: Os animais testados não apresentaram alterações e nem morbi/mortalidade, indicando que o extrato não gerou toxicidade oral aguda na dose de 2000 mg/kg. A administração por via tópica não gerou irritabilidade dérmica, sem a formação de edema e de eritema.
Referências
SACHETTI, C. G., DE CARVALHO, R. R.; et al. Developmental toxicity of copaiba tree (Copaifera reticulata Ducke, Fabaceae) oleoresin in rat. Food and Chemical Toxicology, v. 49, n.5, p. 1080-1085, 2011. https://doi.org/10.1016/j.fct.2011.01.015
SILVEIRA, P. F.; BANDEIRA, M. A. M.; et al. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18 n. 4, 2008. https://doi.org/10.1590/S0102-695X2008000400021