DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA REGIÃO AMAZÔNICA
Resumo
Introdução: O Brasil possui a maior diversidade biológica do mundo e dentre os elementos que compõem essa biodiversidade encontram-se as plantas medicinais, usadas pelo ser humano como recurso terapêutico. No entanto, o uso desses recursos deve ser realizado com segurança e comprovação científica, pois podem apresentar riscos de ineficácia e/ou toxicidade. Nesse sentido, é de fundamental importância a divulgação de dados científicos concretos a respeito do uso de plantas medicinais, principalmente em regiões ribeirinhas da região Amazônica que detém grande conhecimento sobre o uso dessa terapêutica. Objetivo: Essa pesquisa teve como objetivo analisar o cenário de produções científicas de forma temporal no período de 2010 a 2020 a respeito de Plantas Medicinais e Amazônia, bem como, citar as universidades e os periódicos que mais se destacaram em seus artigos publicados sobre a temática, além de identificar as partes das plantas e as espécies utilizadas com maior frequência no tratamento das enfermidades. Método: Para realização da pesquisa foi utilizado um estudo bibliográfico de natureza exploratória e caráter descritivo, elaborado por meio de técnica bibliométrica, que permitiu a escolha dos artigos conforme o estabelecido por temas ou palavras-chaves, através de levantamento e análise do número de artigos científicos publicados na plataforma Scopus (Elsevier) entre 2010 a 2020. Resultados: Foram encontrados 117 artigos científicos dentre os quais observou-se que nos anos de 2015 a 2020 houve uma queda nas publicações em relação aos anos anteriores, que pode ter ocorrido, por falta de investimentos em pesquisa por parte do governo que persistem até os dias atuais, além da não valorização dos saberes das comunidades a respeito do uso de plantas medicinais. A instituição que mais publicou sobre Plantas Medicinais e Amazônia foi a Universidade Federal do Pará com 13/56 (23,21%) das publicações, o periódico com maior número de publicações foi o Journal of Etthnopharmacology, o qual mostram seus destaques em fundamentos e bases voltadas tradicionalmente com referência com uso de plantas medicinais. Também foi possível identificar as partes das plantas mais utilizadas, sendo as folhas, casca, caule, raiz e flores as mais observadas. As espécies mais utilizadas no tratamento das enfermidades foram Copaifera langsdorffii (Copaíba) e Carapa guianensis (Andiroba). Conclusão: Ainda há pouca divulgação científica e instituições envolvidas com essa temática. Foram identificadas todas as partes de plantas, sendo copaíba e andiroba as espécies mais destacadas, evidenciando-se que não se pode desprezar os conhecimentos tradicionais das populações, os quais devem ser validados e divulgados.