AUTENTICAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE PAU-ROSA POR ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO E MODELAGEM INDEPENDENTE FLEXÍVEL POR ANALOGIA DE CLASSE
Palavras-chave:
FTIR; quimiometria; SIMCA; Aniba rosiodora Ducke; falsificação.Resumo
O óleo essencial de pau-rosa é um produto florestal de alto valor agregado, extremamente apreciado no mercado nacional e internacional por ter uma fragrância única, doce, amadeirada e rica em linalol1. O óleo é obtido da espécie arbórea Aniba rosiodora Ducke2, nativa da Floresta Amazônica e atualmente ameaçada de extinção devido à intensa exploração por décadas. A A. rosiodora faz parte do Anexo II da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES) e tem o comércio e exportação de seu óleo essencial permitidos apenas em áreas autorizadas3.Tendo em vista o grande interesse comercial e as restrições de exploração da espécie A. Rosiodora, torna-se necessário desenvolver métodos de identificação e determinação do grau de pureza e autenticidade eficazes para garantir a qualidade do produto. Este trabalho propõe um novo método para a análise direta e rápida do óleo essencial de pau-rosa usando espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) e modelagem independente flexível por analogia de classe (SIMCA). A amostragem foi realizada em diferentes estados brasileiros, abrangendo indústrias, pequenas cooperativas, produtores locais e produtos comerciais. Todas as amostras foram caracterizadas por análise GC-MS para certificar sua pureza e autenticidade. As medições reflectância total atenuada (ATR) no FTIR foram realizadas sem qualquer tratamento da amostra e a modelagem de dados foi realizada para garantir uma validação representativa. O método proposto constitui uma forma rápida, de custo relativamente baixo para determinar a autenticidade de amostras de óleo de pau-rosa e com 100% de eficiência na análise de amostras autênticas e comerciais de diferentes origens. Entre as amostras comerciais adquiridas na internet ou em mercados locais, a grande maioria foi considerada não autêntica, apresentando diferentes perfis químicos ou adulterações, o que destaca a importância de um método capaz de realizar análises in situ. A análise é não-destrutiva, não gera de resíduo químico e requer apenas aproximadamente 200µL de amostra, o que torna o método ambientalmente atrativo para o uso em laboratórios de controle de qualidade e para fins de inspeção por órgãos reguladores para atender aos requisitos da CITES.