AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS DE Pereskia aculeata MILLER (CACTACEAE)
Resumo
A espécie Pereskia aculeata Miller é uma trepadeira arbustiva conhecida popularmente como ora-pro-nobis, suas folhas são utilizadas na medicina popular como emoliente, no tratamento de feridas da pele e processos inflamatórios. O estudo do potencial antioxidante de ativos naturais é uma área em grande evidência, visto que os efeitos das espécies reativas de oxigênio, em diversas áreas do corpo humano, é nocivo e pode causar ou agravar diversas condições patológicas. O estresse oxidativo contribui para a formação de reações inflamatórias no organismo e está também relacionado com o envelhecimento cutâneo, seja pela idade ou por fatores extrínsecos. Dessa forma, os insumos naturais com capacidade antioxidante representam um potencial para as indústrias farmacêuticas e cosméticas, devido a sua capacidade de reduzir a degradação dos tecidos e células do corpo humano causada por radicais. O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade antioxidante dos extratos glicólico (EGP), hidroalcóolico (EHP) e mucilaginoso (EMP) das folhas de P. aculeata Miller. A atividade antioxidante foi avaliada através dos métodos de sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) e descoramento pelo sistema do β-caroteno/ácido linoleico. No método de DPPH os valores de CI50 encontrados para EGP, EHP e EMP foram de 42,56; 24,71e 18,48 μg/mL, respectivamente. Já pelo método do β-caroteno/ácido linoleico o extrato EHP inibiu a oxidação do β-caroteno, em 120 min de reação, em 61,21% ± 0,40, enquanto os extratos EGP e EMP inibiram respectivamente, 51,60% ± 0,39 e 49,42% ± 0,70. Através da avaliação da atividade antioxidante pelo método de sequestro do radical DPPH, foi verificado que EMP demonstrou maior potencial antioxidante frente a este método do que os demais extratos de P. Aculeata avaliados. Entretanto, no ensaio de descoramento pelo sistema β-caroteno/ácido linoleico, EHP se mostrou mais promissor em relação aos extratos EGP e EMP. Portanto, os diferentes extratos de P. aculeata, advindos de fontes limpas de extração, ou seja, sem uso de solvente tóxicos, apresentam resultados que apontam o seu potencial para contribuir com a prevenção de distúrbios relacionados com a ação excessiva dos radicais livres.