Potencial antioxidante do extrato glicólico de Cecropia pachystachya e quantificação do ácido 5-O-cafeoilquínico

Resumo

Popularmente conhecida como embaúba, a espécie Cecropia pachystachya se distribui pelo território brasileiro se estendendo do sul da Amazônia até o Rio Grande do Sul. Possui amplo uso popular, como por exemplo, no tratamento da tosse, asma, febre, doenças cardíacas, hiperglicemia e como agente antinflamatório e diurético. Algumas atividades são relacionadas a substâncias já identificadas em suas folhas, como compostos fenólicos.  Dentre eles os flavonoides c-glicosídeos (orientina, isorientina, vitexina e isovitexina) e ácido clorogênico. O presente trabalho visou avaliar a capacidade antioxidante do extrato glicólico de C. pachystachya, assim como quantificar o teor do ácido 5-O-cafeoilquínico na mesma. A técnica de redução do radical livre 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) foi utilizada a fim de avaliar a atividade antioxidante. Como padrão comparativo foi utilizado a quercetina. A quantificação do ácido 5-O-cafeoilquínico foi realizada com o auxílio de cromatografia líquida de alta eficiência utilizando-se de uma curva padrão construída com diferentes concentrações do mesmo. O extrato glicólico de C. pachystachya apresentou 8,45± 0,24 mg de ácido 5-O-cafeoilquínico por grama de extrato. A atividade antioxidante foi expressa em CI ₍₅₀₎, ou seja, valor necessário para capturar 50% dos radicais de DPPH.  Não houve diferenças estatísticas entre os valores de CI ₍₅₀₎ do padrão (1,02 ± 0,08 μg/mL) e a do extrato (1,17 ± 0,07 μg/mL). A atividade antioxidante encontrada corrobora com a reconhecida ação antioxidante dos compostos fenólicos. A presença de um grupo orto-di-hidroxila no anel aromático do ácido 5-O-cafeoilquínico atua como um receptor de radicais livres, neutralizando-os. Ademais, flavonoides previamente já identificados na espécie também podem contribuir com a atividade antioxidante, uma vez que os grupos hidroxilas no anel B dos flavonoides também funcionam como doadores de hidrogênio para os radicais livres. O estresse oxidativo está associado a patofisiologia e patogênese do envelhecimento cutâneo. Dessa maneira, o extrato glicólico de C. pachystachya é um potencial candidato a ser incorporado em formulações cosméticas anti-idade. Considerando a atual tendência da química verde, ou seja, uso de solventes que impactam minimamente o meio ambiente, o extrato de C. pachystachya segue essa tendência, fator que contribui para sua utilização. Outros métodos antioxidantes podem ser realizados, a fim de identificar outros possíveis mecanismos de neutralização de radicais livres.

Suporte financeiro: UFJF, CNPq e FAPEMIG