USO POPULAR DE PLANTAS MEDICINAIS NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS NO ESTADO DO AMAPÁ, BRASIL
Resumo
O uso de plantas medicinais é um fenômeno que vem desde a antiguidade com a finalidade de prevenir e tratar as doenças. Embora o uso de tecnologias tenha inovado a indústria farmacêutica, uma parcela significativa da população recorre as plantas para tratamentos de enfermidades. Por outro lado, muitas doenças se tornaram comum na população, como é o caso, do Diabetes Mellitus, um conjunto de doenças metabólicas que causam elevação da glicose no sangue e o organismo tem dificuldade na produção insulina causando sérios transtornos a saúde. Pesquisas apontam que algumas plantas medicinais apresentam efeito hipoglicemiante. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é identificar as espécies de plantas medicinais usadas em tratamentos terapêuticos do Diabetes Mellitus no estado do Amapá (AP). A pesquisa trata-se de uma revisão sistemática da literatura de caráter descritivo, com abordagem qualitativa, tem como foco o conhecimento produzido e disponível na literatura sobre espécies de plantas indicadas pela população para tratamentos do Diabetes Mellitus em comunidades amapaenses. As bases científicas de busca foram o google scholar, Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e bibliotecas virtuais, o período das publicações contemplaram anos de 2000 a 2020. Utilizou-se como descritores “plantas medicinais”, “diabetes mellitus”, “estado do Amapá”. A busca encontrou 29 trabalhos para leitura exploratória, contudo, apenas 8 atenderam aos critérios de elegibilidade. Foram identificadas 33 espécies utilizadas pela população no tratamento do Diabetes Mellitus, as dez mais citadas são: Caesalpinia ferrea C. Mart. (jucá), Averrhoa carambola L. (caramboleira/carambola), Bauhinia forficata L. (pata de vaca), Calophyllum brasiliense Cambess. (jacareúba), Carica papaya L. (mamoeiro/mamão), Croton cajucara Benth. (sacaca), Anacardium occidentale L. (cajueiro/cajú), Annona muricata L. (gravioleira/graviola), Cecropia pachytachya Trécul (embaubeira/embaúba), Cissus sicyoides L. (insulina vegetal), Costus spicatus (Jacq.) Sw. (canafixa/canarana), Cyperus rotundus L. (tiririca). As espécies citadas nos trabalhos estão distribuídas em 26 famílias botânicas. A família com maior representatividade foi a Fabaceae com 12,12% (n=4). Conclui-se que algumas espécies usadas de forma tradicional já possuem estudos científicos que comprovam sua eficácia, visto que das 33 espécies encontradas 9 estão na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS) e podem ser inclusas em tratamentos complementares da rede pública de saúde de forma segura, gerando economia para o estado e menores efeitos colaterais para as pessoas.