RESGATE E VALORIZAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS NO AMBIENTE ESCOLAR NO MUNICIPIO DE MACAPÁ-AP
Palavras-chave:
Etnobotânica, Plantas Medicinais, Macapá, EscolaResumo
No estado do Amapá, comunidades tradicionais, conhecem e usam uma quantidade expressiva de plantas em terapêuticas de cura. Contudo, conhecimento vem se perdendo, pois, a geração jovem não está mais interessada nesses tratamentos. Partindo do entendimento que o espaço escolar é o ambiente propício para a sensibilização sobre o conhecimento da biodiversidade, o presente artigo é resultado de uma pesquisa-ação, pesquisa social de base empírica realizada nas oficinas intituladas “Saberes tradicionais sobre plantas medicinais na escola: ação extensionista sobre conhecimento, usos e formas de preparo” realizadas em escolas públicas e privadas no município de Macapá, estado do Amapá, no período de junho de 2021 a julho de 2022. Essas ações fazem parte do projeto de extensão “Manjericão plantas e saberes: valorização do conhecimento tradicional e conservação da sociobiodiversidade no Estado do Amapá, Amazônia Oriental – Brasil” da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). A coleta de dados foi realizada por meio de dois questionários, para verificar o conhecimento acerca de plantas no cuidado a saúde, sendo um aplicado antes e outro ao final das atividades. A oficina temática foi realizada em 4 etapas distintas, a primeira chamada de fase diagnóstica teve o levantamento acerca do conhecimento sobre plantas medicinais pelos estudantes e abordagem sobre o tema em questão, foram trabalhados conceitos básicos e informações etnofarmacológicas de 3 espécies bem conhecidas na região, são elas: manjericão (Ocimum minimum L.) mastruz (Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin & Clemants) e a catinga de mulata (Aeollanthus suaveolens Mat. Ex. Spreng.). O segundo deu-se através de uma gincana, onde alunos foram divididos em quadro grupos e sob a orientação dos acadêmicos realizam três jogos com dinâmicas de perguntas e respostas sobre as espécies anteriormente abordadas. A terceira etapa foi uma atividade prática de produção de mudas e plantio das respectivas espécies e, por último a avaliação sobre a contribuição da oficina no intuito de verificar se os alunos estavam sensibilizados quanto a importância das plantas medicinais. Os resultados da fase diagnóstica apontaram que 54,84% dos estudantes conheciam plantas medicinais, já ao final da atividade, quando foi feito a mesma pergunta, 70,84% afirmaram que saberiam informar o que é uma planta medicinal. Conclui-se que a temática relacionada as plantas medicinais conseguiu despertar nos alunos o interesse pela flora medicinal, dessa forma, se mostrou como um importante instrumento de resgate do conhecimento tradicional.