Composição química e atividade biológica de óleos essenciais de espécies da família Myrtaceae oriundos do Banco de óleos do Laboratório de Bioprospecção e Biologia experimental LabBBEx/UFOPA
Palavras-chave:
plantas aromáticas; propriedades farmacológicas; constituintes voláteisResumo
A utilização de plantas medicinais no tratamento de enfermidades é uma prática que vem sendo usada e largamente difundida desde sempre na Amazônia. Dentre estas, destaca-se as plantas aromáticas rica em óleos essenciais, os quias são misturas complexas de metabólitos secundários que apresentam diferentes propriedades biológicas. Devido ao aumento de uso destes compostos aromáticos, o LabBBEx/UFOPA criou uma OLEOTECA (banco de óleos) com mais de 200 amostras distribuídas em diferentes famílias botânicas, as quais apresentam uma variabilidade química de substâncias que confere a estas inúmeras atividades farmacológicas. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento sobre a composição química e atividade biológica dos óleos essenciais oriundos do banco pertencentes às espécies da família Myrtaceae, visto que, esta família é conhecida como produtora de óleos essenciais e os povos da Amazônia utilizam para tratar diferentes enfermidades. Após levantamento no banco foram detectadas cinco espécies: Myrcia amazonica, Myrcia multiflora, Myrcia splendens, Myrcia sylvatica e Myrciaria dubia. O óleo essencial de M. amazonica apresenta como constituintes majoritários Gemacreno D (14%), 1,10-di-epi-cubenol (23%) com atividade antimicrobiana e antioxidante; M. multiflora apresenta Gemacreno D (11,5%), β-Elemeno (5,8%), (E) cariofileno (5%), δ-Cadineno (7%) e possui atividade antioxidante; para M. splendens os constituintes majoritários foram Espatulenol (16,2%) e Óxido de cariofileno (15,6%) apresentando atividade antimicrobiana e anticolinesterase; M. sylvatica apresenta β-Selineno (8,2%), trans-calameneno (5,2%), 1-epi-cubenol (6,4%), α-Calacoreno (6,3%), δ-Cadineno (6,2%) apresentando atividade antibacteriana, antioxidante e anticolinesterase e Myrciaria dubia apresenta atividade antioxidante e tem como compostos majoritários α-Pineno (55,8%), E-β-Ocimeno (13,1%) e α-Terpineol (10%). Embora as espécies apresentem diferença na composição quimica do seu óleo essencial, a grande maioria possui atividade antioxidante o que justifica seu uso medicinal principalmente como antiinflamatório. A inibição dos radicais livres evita muitos danos celulares em algumas enfermidades, como o processo de mutagênese, o câncer, o processo degenerativo do envelhecimento biológico, dentre outros.