Óleo essencial de Protium heptaphyllum como anestésico em juvenis e adultos de Jundiá Rhamdia quelen
Palavras-chave:
Rhamdia quelen, anestesia, Protium heptaphyllum, ecocardiogramaResumo
O objetivo do trabalho foi avaliar o potencial sedativo e anestésico do óleo essencial do fruto do Protium heptaphyllum (OEPH) em juvenis de jundiá Rhamdia quelen. A extração do óleo foi realizada por hidrodestilação utilizando aparelho de Clevenger. 50 juvenis de R. quelen foram utilizados em testes anestesia através de análise de comportamento em que foi considerado sedação a perda parcial do equilíbrio e nado errático, e anestesia profunda a perda total do equilíbrio e a não resposta ao estímulo tátil. Os animais foram submetidos a 5 concentrações de OEPH sendo 300, 400, 500, 600, e 700 mg/L diluído em etanol na proporção de 1:10. Cada animal foi usado somente uma vez, constituindo a unidade amostral. O tempo (em segundos) máximo de avaliação foi de 1800 s (30 minutos). 30 adultos (30.1 ± 6.00 cm e 308.9 ± 141.7g) de R. quelen foram usados para avaliação da frequência cardíaca (bpm) através de ecocardiograma. O experimento foi conduzido com a melhor concentração OEPH recomendada nos experimentos de anestesia; 300mg/L de MS222 (anestésico sintético); e controle água. Os dados foram submetidos ao teste Shapiro Wilk para normalidade e análise de variância de uma via, seguido do teste de Tukey para comparação das médias. Os principais compostos do OEPH foram sabineno (34.98%), terpinen-04-ol (23.25%), γ-terpineno (9.87%) e α-pineno (7.16%). Foi observada uma redução no tempo de sedação e anestesia com o aumento da concentração. 300 mg/L não induziu efeito anestésico nos animais testados no tempo máximo avaliado (1800 s). Não foi observada diferença significativa entre 600 e 700 mg/L no tempo de anestesia (183.9 ± 14.5 e 196.0 ± 12.8 s respectivamente). 600 mg/L apresentou o menor tempo de recuperação (232.9 ± 15.5 s) comparado a 400 e 500 mg/L (610.6 ± 67.8 e 421.0 ± 58.6 s respectivamente). Nos testes de ecocardiograma, os animais foram submetidos a concentração de 600 mg/L considerando os menores tempo de anestesia e recuperação. A taxa cardíaca dos animais anestesiados com OEPH e MS222 (73.25 ± 15.84 e 60.88 ± 7.68) foi maior quando comparado com o controle água (39.88 ± 11.23). Conclui-se que OEPH apresentou efeito sedativo e anestésico em juvenis e adultos de R. quelen sendo a melhor concentração de anestesia 600 mg/L (para manejos rápidos), por anestesiar e recuperar rapidamente, e não reduzir a taxa cardíaca evitando hipóxia tecidual.