POTENCIAL DE USO DE FITOTERÁPICOS A PARTIR DE INVENTÁRIO FLORESTAL NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS

Resumo

Introdução: O estudo sobre plantas medicinais e suas aplicações é uma prática milenar e vem impulsionando o mercado farmacêutico ao longo dos anos. No Brasil, a contribuição das populações tradicionais teve uma importância significativa no surgimento da medicina popular baseada na utilização da biodiversidade vegetal que aliada ao conhecimento científico impulsiona o mercado dos fitoterápicos. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi analisar o potencial do uso de fitoterápicos lenhosos na Floresta Nacional do Tapajós. Método: Os dados utilizados nesta pesquisa foram obtidos através do inventário florestal 100% da Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós - COOMFLONA da UPA 01 comercialmente administrada no ano de 2020, correspondente a uma área de 2218,6997 hectares, ao todo foram inventariadas 28.369 árvores, correspondente a 93 espécies. Todas as árvores foram registradas na ficha de campo do inventário, com as seguintes informações: diâmetro a altura do peito (DAP); estimativa de altura comercial, avaliada a olho nu; e a identificação das espécies foi realizada, a partir da observação das características morfofisiológicas em campo. Para identificar o potencial fitoterápico das espécies inventariadas, foram levadas em consideração a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS) e as bases de dados eletrônicos de periódicos indexados na base MEDLINE da literatura da Biblioteca Virtual em Saúde, na base da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS) e na base Scientific Electronic Library Online (SciELO). Resultado: Do total das espécies inventariadas apenas 02 estão presentes na lista do RENISUS que são as espécies: Carapa guianensis (Andiroba) e a Copaifera spp. (Copaíba), sendo esse gênero ainda a ser definida a(s) espécie(s) com cultivo, estudos e indicação de uso. De acordo com a literatura disponível nas bases de dados consultadas, 19 espécies presentes na área inventariada possuem potencial de uso fitoterápico, sendo elas: Aniba canelilla (Preciosa), Diplotropis guianensis (Sucupira), Dipteryx odorata (Cumaru), Anacardium sp. (Caju açu), Hymenaea courbaril (Jatobá), Bertholletia excelsa (Castanheira), Brosimum parinarioides (Amapá doce), Caryocar villosum (Piquiá), Cedrela odorata (Cedro vermelho), Handroanthus impetiginosum (Ipê roxo), Mezilaurus itauba (Itaúba), Lecythis lúrida (Jarana), Hymenaea courbaril (Jatobá), Endopleura uchi (Uchi), Manilkara huberi (Maçaranduba), Hevea brasiliensis (Seringueira), Lecythis lúrida (Jarana), Simarouba amara (Marupá) e Minquartia guianensis (Acariquara). Conclusão: Conclui-se que muitas espécies madeireiras possuem potencial para o uso fitoterápico, no entanto, ainda são poucos os estudos fitoquímicos com espécies lenhosas nativas na Amazônia.

Palavras-chave: Biotecnologia; Farmacobotânica; Amazônia.