PERFIL FITOQUÍMICO DO EXTRATO ETANÓLICO E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DAS FLORES DE Acmella oleracea (ASTERACEA)

Resumo

Na Amazônia, é encontrado uma variedade de espécies vegetais com potencial econômico, entre estas destaca-se Acmella oleracea (L.) R.K. Jansen) uma Asteracea, conhecida popularmente como jambú. Essa planta é bastante cultivada e utilizada em pratos típicos na região Norte, pincipalmente no estado do Pará. No uso medicinal as populações da Amazônia usam a planta também como anestésico, estimulante e anti-inflamatória e tem sido alvo de pesquisas principalmente por sua ação anestésica. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil fitoquímico do extrato etanólico e identificar os constituintes do óleo essencial das flores de A. oleracea. As flores de jambú foram desidratadas em estufa, à 45ºC, durante 72 horas e posteriormente trituradas para a preparo do extrato etanólico e extração do óleo essencial. O extrato etanólico foi obtido por maceração em álcool etílico 94^o GL, a 50ºC por 30 minutos, seguido de evaporação e analise fitoquímica determinada por colorimetria. O óleo essencial foi obtido por hidrodestilação por 2 horas em aparelho tipo Clevenger e os constituintes voláteis determinados por Cromatografia Gasosa acoplado a Espectrometria de Massas (CGEM) por meio da comparação de seus espectros de massas com os espectros existentes na biblioteca NIST e ADAMS (CGEM - CG-2010 Plus da Shimadzu). Para o extrato etanólico de flores de A. oleracea foi determinado a presença de alcaloides, ácidos orgânicos, cumarinas, saponinas e flavonoides. O principal alcaloide presente no jambú tem sido identificado como sendo o espilantol responsável pelo seu efeito anestésico. O rendimento do óleo essencial das flores de jambú em base seca foi de 0,08% e no seu perfil cromatográfico foi detectado 47 constituintes sendo os majoritários: espilantol (14,51%), e-cariofileno (12,89%), mirceno (12,49%), incensole (10,86%), palmitato de etila (7,86%), β-felandreno (5,1%), correspondendo a 63,71% dos constituintes. A presença do espilantol tanto no extrato etanólico quanto no óleo essencial das flores de A. oleracea pode ser usado como um marcador para a espécie, uma vez que, este alcaloide é um dos principais responsáveis pelo efeito anestésico da planta.  Embora, seja observado a presença deste alcaloide em ambos os extratos, a produção de extrato etanólico se mostrou mais viável, visto que, o rendimento do óleo essencial foi muito baixo em comparação com outras plantas aromáticas.