USO SEGURO DE PLANTAS MEDICINAIS AMAZÔNICAS: DO CONHECIMENTO TRADICIONAL AO CIENTÍFICO

Autores

  • Antonia Elizabety Miranda Almeida
  • Edilene Gadelha de Oliveira
  • Vanessa Holanda Righetti de Abreu
  • Leopoldo Clemente Baratto
  • Kariane Mendes Nunes

Palavras-chave:

Plantas medicinais, Amazônia, Conhecimento tradicional

Resumo

É milenar o uso de plantas medicinais sob a ótica do conhecimento tradicional pelos povos da Amazônia. Contudo, ainda há lacunas a serem resolvidas no que tange o uso correto das plantas medicinais pela população. Em vista disso, este trabalho teve como objetivo realizar o levantamento das espécies medicinais amazônicas mais solicitadas nas três principais feiras da cidade de Santarém-PA, a fim de elaborar um manual fitoterápico a ser disponibilizado à comunidade. Para isso, foi aplicado um questionário aos feirantes da Feira da Candilha, Mercadão 2000 e Mercado das Flores. O levantamento bibliográfico das espécies de domínio fitogeográfico amazônico foram identificadas pela busca ao  Flora e Funga do Brasil. Para revisão bibliográfica foram elencadas características de identificação, partes empregadas, composição química, indicações populares e científicas, formas de preparo, contraindicações e efeitos colaterais das espécies. Após análise dos questionários, foram identificadas dezoito plantas medicinais de origem amazônica. Dentre as quais, destacaram-se o amapá (Parahancornia fasciculata (Poir.) Benoist), quássia (Quassia amara L.), andiroba (Carapa guianensis Aubl.), piquiá (Caryocar villosum (Aubl.) Pers.) e o uxi amarelo (Endopleura uchi (Huber) Cuatrec.)  como as mais consumidas nas feiras. Na medicina popular o amapá e a quássia são utilizadas como antimaláricas, já a andiroba, piquiá e o uxi amarelo como anti-inflamatórias e cicatrizantes. As indicações terapêuticas corroboram com a composição química descrita em literatura para cada espécie, a exemplo dos triterpenos, flavonoides e compostos fenólicos. Sobre as partes utilizadas para o preparo do derivado vegetal, a casca é de uso comum para todas as espécies. Entretanto, são relatados o uso do leite, caule, sementes e folhas. Com relação à toxicidade, o conhecimento tradicional aponta que não se deve realizar a coleta do leite do amapá durante a estação seca, pois há relatos de eventos adversos quando utilizado nesse período. A quássia pode induzir efeitos adversos como irritação da mucosa gástrica, náuseas e vômito, quando administrada em doses acima da indicada em monografia. Não foram relatados eventos adversos para o uso da andiroba, piquiá e uxi amarelo. Ademais, os dados levantados serviram de fonte para elaboração de um livro como material educativo para subsidiar o conhecimento sobre o uso correto das plantas medicinais elencadas. Portanto, este trabalho vai de encontro com as diretrizes da Política Nacional de Plantas Medicinais no que tange a promoção e o reconhecimento das práticas populares de uso seguro e sustentável de plantas medicinais.

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Publicado

2023-04-12

Como Citar

MIRANDA ALMEIDA , A. E.; GADELHA DE OLIVEIRA, E.; RIGHETTI DE ABREU, V. H.; CLEMENTE BARATTO, L.; MENDES NUNES, K. USO SEGURO DE PLANTAS MEDICINAIS AMAZÔNICAS: DO CONHECIMENTO TRADICIONAL AO CIENTÍFICO. Anais do Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, [S. l.], 2023. Disponível em: https://resumos.sbpmed.org.br/index.php/spmb/article/view/204. Acesso em: 25 abr. 2025.

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