OBTENÇÃO DE NOVOS BIOPRODUTOS A PARTIR DOS RESIDUOS E ÓLEOS VEGETAIS AMAZÔNICOS EXTRAÍDOS NA COMUNIDADE SÃO DOMINGOS NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS-FLONA
Resumo
A percepção da importância da utilização de insumos de origem vegetal para a produção novos produtos artesanais, agrega valor aos produtos florestais e constitui o campo de saber que hoje se denomina como bioeconomia. No presente projeto, o resíduo de andiroba (Carapa guianensis Aublet) produzido na extração dos óleos, foi utilizado para contribuir na produção de velas artesanais. O objetivo deste trabalho foi desenvolver velas artesanais utilizando o resíduo de andiroba colocando em prática a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, sendo que um dos grandes fatores que contribuem para a poluição do meio ambiente é o despejo inadequado de material orgânico no ambiente. As velas foram produzidas no Laboratório de Farmacotécnica, da Universidade Federal do Oeste de Pará (UFOPA) na cidade de Santarém – PA. Para a produção da vela artesanal de resíduo de andiroba foram utilizados 500 g parafina granulada, 5 g de resíduo de andiroba seco (Carapa guianensis Aubl.), 25 mL de óleo de andiroba e 5 gotas de essência adquirida no comércio local. Os ingredientes foram devidamente pesados, e logo após a pesagem o óleo e parafina foram colocados em um recipiente e aquecido em banho maria e adicionou-se a essência de alecrim herbal e o resíduo da andiroba. Após esse procedimento, a solução parafínica foi depositada em moldes de bambu e casca de coco com diferentes dimensões. A vela de andiroba é usada como repelente, sua queima não produz fumaça tóxica ou fuligem, e pode ser adicionada essências diversas fragrância. A produção de velas constituí alternativas viáveis para agregar valor aos resíduos da extração do óleo da andiroba, gerando renda e melhorando a qualidade de vida de populações que habitam a Amazônia. Além disso, o reaproveitamento do resíduo de andiroba na produção da vela artesanal, e uma alternativa sustentável como modelo de bionegócio, para coletivo de mulheres da Associação dos Produtores de Óleos de Andiroba Quatro Irmãos – ASPRODAQI na Comunidade São Domingos. Este resíduo era considerado anteriormente como lixo, e hoje está sendo utilizado pelo os produtores como matéria-prima para fabricação de velas, um novo bioproduto a ser comercializado pela comunidade.
