SABOARIA NATURAL AMAZÔNICA APLICADA À PREVENÇÃO DO CORONAVÍRUS
Palavras-chave:
Andiroba, pandemia, sociobioeconomia, tensoativosResumo
A pandemia da Covid-2019, expôs a fragilidade do sistema de saúde e da economia mundial, principalmente nos países subdesenvolvidos, dentre eles, o Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das medidas profiláticas, no combate ao coronavírus é a higienização das mãos através do uso de tensoativos (sabão), pois o mesmo possui propriedades químicas capazes de destruir o envelope viral, matando esses microrganismos. Dentre as espécies com potencial bioeconômico na região metropolitana de Santarém, está a Carapa guianensis, cujo óleo vegetal de suas sementes possui propriedades antissépticas, anti-inflamatória e cicatrizante, sendo a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Município de Belterra-Pará (AMABELA) uma das principais referências na extração de óleo vegetal sustentável da espécie. Visando a produção de tensoativos de maneira inovadora tendo como base vegetal amazônica o óleo de andiroba no preparo de sabonetes para prevenir e controlar a contaminação por Covid-19 e outros microrganismos além de promover o engajamento em prol da sociobioeconomia da região. Este trabalho objetivou desenvolver uma formulação tensoativa com design inovador para serem distribuídos na Universidade Federal do Oeste do Pará. As amostras de óleo de Andiroba foram adquiridas da AMABELA. Em seguida foram levadas ao Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Naturais e Bioativos (P&DBio) e posteriormente filtradas para a remoção de resíduos e armazenadas em frascos âmbar sob refrigeração. Para a formulação da base vegetal foi padronizado para 1g de óleo de andiroba a adição de 1,25g de água destilada e 0,15g de hidróxido de sódio PA, sendo o tempo de cura de 7 dias. Após a cura, em um recipiente a fogo baixo, foram homogeneizados 4g de sabão de andiroba para 8g de base glicerinada, em seguida foram adicionados o corante natural de extrato aquoso de Beta vulgaris e essência de lavanda. A formulação final foi submetida à modelagem artesanal de design similar a folhas portáteis em formato hexagonal, em seguida, as 600 unidades de sabonetes foram acondicionados em 100 embalagens personalizadas com o nome da marca “Kirwan”, etiquetados e estocados para distribuição do retorno das aulas presenciais na universidade. Em suma, os resultados e aprendizados obtidos neste projeto mostraram-se relevantes para a comunidade acadêmica que fará proveito dos bioprodutos gerados e surge como alternativa sustentável e socioeconômica do uso da biodiversidade local no controle e prevenção da Covid-19.