Avaliação físico-química do óleo de Carapa guianensis AUBL. extraído por um coletivo de mulheres na Floresta Nacional do Tapajós (FLONA).
Palavras-chave:
Andiroba, Peroxidação, acidez, CGMS, ÓleoResumo
A Carapa guianensis é uma árvore perenifólia, heliófita, da mata primária popularmente conhecida como "Andirobeira", com ocorrência na Amazônia. O óleo extraído de suas sementes é um importante bioproduto para bioeconomia das comunidades tradicionais amazônicas, já que é extensivamente utilizado na medicina popular como anti-inflamatório, cicatrizante, umectante e repelente. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo realizar a avaliação físico-química do óleo de andiroba extraído na comunidade São Domingos na cidade de Belterra - PA, pertencente à FLONA. Para a identificação e quantificação dos ácidos graxos, foi realizado o tratamento das amostras por esterificação e posterior injeção no cromatógrafo gasoso acoplado ao espectrômetro de Massa – CGMS-2010 Ultra da Shimadsu. Aos cromatogramas obtidos, foi realizada a comparação de seus espectros de massas com os respectivos espectros de massa e índices de retenção existentes nas bibliotecas ADAMS e NIST. Na determinação do índice de acidez (IA) e índice de peróxido (IP), utilizou-se volumetria quantitativa, mediante os protocolos do Instituto Adolfo Lutz. Para determinação do índice de acidez (IA), foram utilizadas triplicatas com 2g da amostra diluídas em solução de éter-álcool neutra (2:1), posteriormente titulou-se solução hidróxido de sódio NaOH 0,01N, fenolftaleína foi o indicador utilizado. Para determinação do IP utilizou-se 5g da amostra em triplicatas, dissolvidas em solução de ácido acético:clorofórmio (3:2), e foram tituladas com tiossulfato de sódio 0,01M. Dessa forma, os principais constituintes químicos identificados foram os ácidos: oleico (49,54%), palmitoleico (23,3%), linoleico (11,04%) e esteárico (9,91%), representando 93,79% da amostra analisada, estando em conformidade com o descrito em literatura. Os resultados obtidos para o IP e IA foram de 4,0 mEq/kg e 19,72 mg NaOH/g, respectivamente. O valor de IP obtido indica baixa possibilidade de deterioração oxidativa e está dentro do que é permitido na RDC Nº 270 (22-10 –2005). O valor de IA elevado está acima do estabelecido pela RDC, indicando baixa neutralização. O que pode ter sido influenciado pelo manuseio, armazenamento, e processamento inadequados. Portanto, foi possível confirmar a autenticidade das amostras do óleo de andiroba pelo perfil de ácidos graxos apresentados. Ademais, outros parâmetros físico-químicos serão determinados a fim de sugerir o melhoramento do processo extrativo do óleo de andiroba na Comunidade São Domingos- FLONA.
Referências
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