PROGRAMA FARMÁCIAS VIVAS
OFICINAS DE PLANTAS MEDICINAIS PARA A PROMOÇÃO DO USO RACIONAL
Palavras-chave:
Farmácias Vivas, Fitoterapia, Uso Racional de Plantas MedicinaisResumo
Diversos países investem recursos públicos em pesquisas e programas com plantas medicinais, observando-se crescente aceitação da fitoterapia por profissionais de saúde e população. Nas universidades brasileiras, a pesquisa científica com plantas medicinais é amplamente desenvolvida, porém, entre a população leiga, verifica-se um crescente incentivo ao uso irracional de plantas medicinais, o que foi ampliado pela tecnologia da informação (internet). O Programa Farmácias Vivas da Universidade Federal do Ceará, desde maio de 2012, estimula por meio de oficinas com a comunidade, o uso racional e científico de plantas medicinais. Este relato de experiência objetiva descrever o processo de retomada das oficinas de plantas medicinais, oferecidas aos moradores da cidade de Fortaleza, Ceará, após a pandemia de COVID-19. Foram estabelecidas 19 oficinas presenciais, para o período de agosto a dezembro de 2022, com duração de 4 horas cada e periodicidade semanal. Os participantes foram recrutados por meio dos canais institucionais (mídias digitais, site, rádio universitária e cartazes) sem distinção de público. Estabeleceu-se que as temáticas trabalhadas seriam subdivididas em eixos: agronômico, saúde e popular. Antes de cada oficina, uma dinâmica em grupo. O eixo agronômico contemplou visitas sensoriais ao horto, cuidados no cultivo, colheita e processamento de plantas medicinais. O eixo saúde incluiu noções de bem-estar, alimentação saudável, usos, formas de preparos caseiros com plantas medicinais cientificamente validadas, bem como, as respectivas patologias englobadas nos cuidados mais básicos (atenção primária). O eixo popular tratou do contexto histórico e importância do Programa Farmácias Vivas para a fitoterapia em saúde pública. Como resultados parciais, até o dia 16 de setembro de 2022, foram capacitadas 364 pessoas e ministradas sete oficinas (média de 52 participantes/oficina). Os eixos, agronômico e social, foram concluídos e, o eixo saúde foi iniciado. A idade do público tem variado entre 19 e 72 anos, englobando profissionais de saúde, universitários e leigos, com prevalência para o público feminino. A população tem trazido dúvidas pesquisadas na internet, verificando-se que as oficinas presenciais têm servido como espaço interativo de esclarecimento entre pesquisadores e comunidade. Infere-se parcialmente, que o formato adotado tem surtido resultados positivos. Ressalta-se a importância dos programas de extensão com foco em plantas medicinais como importantes meios para promoção do conhecimento científico associado.