AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE SAPONINAS NO EXTRATO AQUOSO DAS RAÍZES de Operculina macrocarpa (Linn.) Urb.

Autores

  • Luiz Henrique de Amorim Pereira Universidade Federal do Ceará
  • Patrícia Georgina Garcia do Nascimento Universidade Federal do Ceará
  • Igor Lima Soares Universidade Federal do Ceará
  • Mary Anne Medeiros Bandeira Universidade Federal do Ceará

Palavras-chave:

Operculina macrocarpa (Linn) Urb., Saponinas, Batata de Purga, Índice de Espuma

Resumo

Dentre as várias classes de metabólitos secundários presentes nos vegetais, as saponinas possuem destaque por serem glicosídeos de esteróides ou de terpenos policíclicos, formadas por uma porção lipofílica, chamada de sapogenina, e uma porção hidrofílica, formada por um ou mais açúcares. As saponinas apresentam uma alta solubilidade em água e, quando em solução aquosa, desenvolvem uma espuma abundante e persistente.  As atividades biológicas desses compostos são derivadas, principalmente, da característica anfifílica e da capacidade de formar complexos com membranas biológicas, as quais são atribuídas as ações hemolíticas e ictiotóxicas. Diversas plantas medicinais possuem como constituintes químicos as saponinas, tais como Glycyrrhiza glaba L., Ziziphus joazeiro Mart. e Operculina macrocarpa (Linn.) Urb. Esta última é popularmente conhecida, no Nordeste brasileiro, como batata de purga, em que suas raízes são utilizadas como depurativa, para “afinar” e “limpar” o sangue, para o tratamento de estados congestivos e inflamatórios do aparelho respiratório, bronquite, dentre outras indicações etnofarmacológicas. No entanto, a atividade laxativa e purgativa é a principal indicação dessa planta. O presente trabalho tem por objetivo avaliar o extrato aquoso de Operculina macrocarpa (Linn.) Urb. quanto à presença de saponinas, bem como realizar semi-quantificação através do método do índice de espuma. O material vegetal foi obtido no Horto de Plantas Medicinais da Universidade Federal do Ceará. As raízes frescas foram lavadas em água corrente, cortadas transversalmente e desidratas, sem casca, em estufa de secagem, a 50ºC, até peso constante. Para obtenção do pó da droga vegetal, realizou-se trituração do material em moinho de facas. A presença de saponinas foi avaliada através do teste da espuma persistente. Para o Índice de Espuma (IE), preparou-se um extrato aquoso a 1%, mantido sob fervura durante 30 minutos, sendo posteriormente distribuídos em 10 tubos de ensaios idênticos em série crescente de volume, ou seja, de 1 a 10 mL. O volume dos tubos foi completado até 10 mL com água destilada e estes foram agitados vigorosamente durante 15 segundos. Após 15 minutos de repouso, a altura da espuma foi medida e o cálculo do IE realizado. O extrato aquoso das raízes de O. macrocarpa apresentou a presença de saponinas, obtendo-se um IE médio de 1.667. Portanto, foi possível confirmar a presença de saponinas na planta em estudo, obtendo-se um IE considerado elevado quando comparado a outras plantas. Este é um dado importante, tendo em vista que não há relatos presentes na literatura acerca deste parâmetro para O. macrocarpa.

Referências

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Publicado

2023-04-12

Como Citar

DE AMORIM PEREIRA, L. H.; GARCIA DO NASCIMENTO, P. G.; LIMA SOARES, I.; MEDEIROS BANDEIRA, M. A. AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE SAPONINAS NO EXTRATO AQUOSO DAS RAÍZES de Operculina macrocarpa (Linn.) Urb. . Anais do Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, [S. l.], 2023. Disponível em: https://resumos.sbpmed.org.br/index.php/spmb/article/view/210. Acesso em: 6 maio. 2025.

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