Desenvolvimento de um pó efervescente à base de açafrão (Curcuma longa L.)
Palavras-chave:
Curcuma longa, Açafrão, Curcuminóides, Extrato seco, Pó efervescenteResumo
O açafrão (Curcuma longa) é uma espécie vegetal cujos rizomas possuem curcuminoides e óleo essencial, ativos empregados na terapêutica por suas propriedades anti-inflamatórias e gastroprotetoras. Devido ao caráter lipofílico dos curcuminóides, há necessidade de estratégias para melhorar sua biodisponibilidade por administração oral, visando melhorar a absorção no trato gastrointestinal. Considerando isso, a incorporação de C. longa a uma base efervescente poderá trazer benefícios ao tratamento com o fitoterápico, pois a efervescência melhora a absorção de ativos pelo organismo através da turbulência, além de melhorar o sabor da preparação. Desenvolver um pó efervescente à base de Curcuma longa e avaliar seus aspectos organolépticos e físico-químicos. Trata-se de um estudo experimental laboratorial realizado no Laboratório de Desenvolvimento de Produtos Farmacêuticos da Universidade de Fortaleza. A amostra de açafrão pulverizado foi adquirida de um mercado de Fortaleza – CE. Para a realização do estudo foram realizados os testes: identificação de curcuminóides por Cromatografia em Camada Delgada (CCD); obtenção do extrato seco a partir de maceração com etanol e evaporação do solvente em estufa a 40ºC; determinação de umidade do extrato seco por gravimetria; desenvolvimento do pó efervescente (composição: ácido cítrico e bicarbonato, extrato seco do açafrão, sacarina sódica); e avaliação organoléptica do produto acabado. O produto final apresentou-se como um pó de coloração amarela intensa, com presença de partículas alaranjadas. A solução apresentou efervescência desejada, odor e sabor semelhante ao açafrão com caráter ácido. No teste por CCD, a solução revelou a presença de curcumina mediante comparação com o padrão de referência. O extrato seco apresentou rendimento de 0,96% em relação ao produto de partida, com umidade de 5,8%. O rendimento do extrato seco foi menor quando comparado a outros estudos baseados na mesma premissa. A umidade do extrato seco mostrou-se um pouco elevada em comparação à especificação farmacopeia de no máximo 5%, porém, não interferiu na manipulação do pó. O produto desenvolvido constituiu-se em um protótipo, necessitando de ajustes para melhorar homogeneidade de partículas, cuidados na obtenção e armazenamento do extrato seco, visando evitar ganho de umidade. Destacam-se os bons resultados na preparação final e no prévio controle de qualidade, porém, são necessários mais testes para avaliação de sua estabilidade, dentre eles, verificação da adequabilidade de embalagens para acondicionamento, determinação de demais parâmetros físico-químicos para seu controle de qualidade definitivo e microbiológicos.