Oficina de preparações caseiras com plantas medicinais
a experiência de um grupo de estudos
Palavras-chave:
Oficina, Preparações Caseiras, Grupo de EstudosResumo
Introdução: Dentro de um grupo de estudos, a interação é um elemento essencial para a coesão de todo o processo de ensino-aprendizagem. A partilha e a troca de saberes expande e agrega muito mais os conhecimentos desenvolvidos. A educação em saúde está baseada na ampliação dos conhecimentos de estudantes e profissionais para identificação e satisfação das necessidades de saúde da população. Nesse contexto, a fitoterapia desempenha um papel significativo quando integrada à atenção básica, auxiliando no tratamento de doenças, valorizando a cultura popular e facilitando o acesso à terapêutica. Objetivo: Relatar a experiência de um grupo de estudos na realização de uma oficina de preparações caseiras com plantas medicinais junto à comunidade em uma Unidade Básica de Saúde. Metodologia: Estudo observacional descritivo realizado mediante relato de experiência de uma oficina de preparações caseiras com plantas medicinais que foi realizada em junho de 2022, promovida pelo Grupo de Estudos em Fitoterapia e Farmacognosia da Universidade de Fortaleza, no Posto de Saúde Maurício Matos Dourado. Foram demonstradas as seguintes preparações: lambedor de Chambá (Justicia pectoralis Jacq.) e Malvarisco (Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng), repelente de Cravo-da-Índia (Syzygium aromaticum L.), preparação de chás pelos métodos de infusão e decocção, supositório e emplastro de Babosa (Aloe vera (L.) Burm) e explanação acerca benefícios da Romã (Punica granatum L.) para saúde bucal. A oficina contou com a participação da comunidade local, estudantes e profissionais de saúde. Resultados e discussão: A receptividade das informações por meio do público foi nitidamente positiva com todos demonstrando bastante interesse e havendo uma rica troca de saberes, entrelaçando conhecimentos tradicionais e científicos. Foi possível esclarecer dúvidas e diferenciar os processos de infusão e decocção, além das plantas que melhor se adequam para cada um. As abordagens quanto ao uso da Babosa para tratamento de queimaduras e pequenas lesões, despertou curiosidades devido ao fácil acesso à planta. O lambedor preparado com J. pectoralis e P. amboinicus foi descrito para tratamento de afecções respiratórias e foram abordados os grandes potenciais terapêuticos da Romã e do Cravo-da-Índia. Conclusão: No que se refere à terapêutica com plantas medicinais é fundamental o esclarecimento quanto ao modo correto de preparo dos remédios caseiros, orientação para o uso das espécies corretas e de origem confiável, potenciais riscos do uso, dosagem indicada e armazenamento. Oficinas como essa devem estar constantemente inseridas para a melhora da qualidade de vida dos usuários da fitoterapia.