Prospecção fitoquímica e avaliação da atividade antimicrobiana do boldo-míudo (Plectranthus neochilus)

Resultados preliminares

Resumo

Introdução: Plectranthus neochilus Schltr. é uma erva perene, herbácea, de odor forte e aromático. A espécie é muito conhecida como Boldo-miúdo ou Boldo-gambá, apresentando as seguintes ações de acordo com a literatura: esquistossomicida, antimicrobiana e repelente de insetos. P. neochilus tem seu uso difundido na medicina popular baseado em finalidades terapêuticas análogas às do Boldo-do-Chile (Peumus boldus) e Malva-santa (Plectranthus barbatus), gerando erro e confusão entre as espécies, o que pode acarretar uma provável falha na terapia. Objetivo: Realizar análise fitoquímica das folhas de P. neochilus e avaliar sua atividade antimicrobiana contra cepas de microrganismos relacionados a distúrbios do sistema digestório. Metodologia: Trata-se de um estudo experimental e qualitativo. As folhas do Boldo-miúdo foram coletadas próximo ao Bloco F da Universidade de Fortaleza, às 9:20 h, de 26 de maio de 2021. O material coletado foi submetido à secagem em estufa a 40^oC. O preparo dos extratos aquoso, ácido, hidroalcoólico e clorofórmico a 10% e a prospecção fitoquímica foram realizados mediante as técnicas propostas por Matos (1997). A avaliação da atividade antimicrobiana foi realizada adaptando os protocolos do BrCAST (2021) e literatura específica pelo método da difusão em disco e em poços, ambos de 6 mm, e medido o diâmetro do halo de inibição do crescimento microbiano em torno dos poços e discos após incubação. Até o momento, apenas foram testados os extratos etanólicos a 10, 20, 50 e 100%. Como controles foram usados um disco de amicacina e a solução extratora (álcool a 70%). Os microrganismos utilizados foram: Escherichia coli ATCC 25922, Salmonella typhimurium ATCC 14028, Shigella sonnei ATCC 25931, Enterococcus faecalis ATCC 29212 e Staphylococcus aureus ATCC 25923, fornecidos pelo Laboratório de Microbiologia da Universidade de Fortaleza. Resultados e discussão: A avaliação fitoquímica confirmou a presença de saponinas triterpenoidais, fenóis simples, auronas e chalconas, taninos, quinonas e triterpenoides em P. neochilus. Com relação ao potencial antimicrobiano da planta houve inibição significativa apenas de S. aureus e com os extratos etanólicos a 20% (halo de 10,5mm), 50% (halo de 12,5mm), e 100% (halo de 13,5mm) na difusão em poços. Conclusão: Os resultados preliminares corroboram os dados da literatura, apontando o Plectranthus neochilus como fonte promissora de novos agentes antimicrobianos para atender as necessidades de populações que fazem uso medicinal da espécie, embora, sejam necessários mais estudos para indicar o melhor método de extração dos princípios ativos para resultados e tratamentos fidedignos e assertivos.