Avaliação da atividade antimicrobiana do alho (Allium sativum) contra cepas de bactérias multirresistente

Autores

Palavras-chave:

Allium sativum, Micro-organismos multirresistentes, Atividade antimicrobiana

Resumo

Introdução: A crescente prevalência de bactérias multirresistentes ou com suscetibilidade reduzida a antibióticos disponíveis, inclusive às drogas recentemente aprovadas, apontam para a necessidade de busca por agentes antimicrobianos com ação contra essas cepas. Dentre as várias plantas medicinais com potencial antimicrobiano, o Allium sativum vem se destacando por ser uma planta auxiliar no tratamento antimicrobiano e com possibilidades de manejo, independente da antibioticoterapia convencional. Objetivo: Avaliar a atividade antimicrobiana in vitro da espécie Allium sativum frente a cepas de micro-organismos multirresistentes. Material e métodos: Os micro-organismos utilizados no experimento foram: Staphylococcus aureus produtor de Beta-Lactamase (ATCC 29213); S. aureus MRSA; Enterococcus casseliflavus resistente à vancomicina (VRE); K. pneumoniae produtoras de carbapenemases dos tipos KPC e NDM; K. pneumoniae coexpressando metalobetalactamases dos tipos IMP e NDM; K. pneumonia produtora de KPC resistente à Cefazidima/avibactam; P. aeruginosa produtora de KPC resistente à Cefazidima/avibactam; A. baumanii produtora de OXA 23/51; Stenotrophomonas maltophilia e Burkholderia cepacea. Foram utilizados seis bulbos íntegros para obtenção do sumo puro de Allium sativum e imediatamente realizado o teste de sensibilidade em duplicata pelo método da difusão em poços de 6 mm de diâmetro. Após incubação a 36°C ± 1/18 h, foi verificada a atividade antimicrobiana por meio da medida do diâmetro dos halos de inibição do crescimento microbiano em torno dos poços. Como controle das condições da reação, foi utilizado um disco de amicacina (DME®). Resultados e discussão: Foram observados halos de inibição de crescimento microbiano altamente satisfatórios, variando de 19,86 a 40,49 mm, para todos os micro-organismos testados. Os melhores resultados foram obtidos contra as cepas de S. aureus, tanto a produtora de Beta-Lactamase (40,49 mm) quanto ao MRSA (40,43 mm). Verificou-se também um bom resultado antimicrobiano do sumo frente a E. casseliflavus resistente à vancomicina (33,72 mm). O menor resultado de halo do A. sativum, mas ainda expressivo, foi diante da cepa de P. aeruginosa produtora de KPC resistente à Cefazidima/avibactam (19,86 mm). O potencial antibacteriano do alho é atribuído ao complexo fitoterápico presente na planta, com destaque para a alicina. Esse metabólito ao ser exposto ao ar é convertido em dialildissulfetos com ação nociva contra diversas bactérias. Conclusão: Observa-se o potencial antimicrobiano do Allium sativum frente a micro-organismos multirresistentes diversos, o que poderá representar uma excelente fonte de compostos bioativos no combate a esses organismos, necessitando de estudos robustos com foco no potencial antimicrobiano dessa espécie vegetal.

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Publicado

2023-04-12

Como Citar

CHAGAS, A. K.; MONTEIRO, F.; SILVA, G.; BATISTA FILHO, G.; FARIA, J.; LIMA, M.; RODRIGUES , G.; STOLP, Ângela; GALVÃO, W. Avaliação da atividade antimicrobiana do alho (Allium sativum) contra cepas de bactérias multirresistente. Anais do Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, [S. l.], 2023. Disponível em: https://resumos.sbpmed.org.br/index.php/spmb/article/view/33. Acesso em: 27 abr. 2025.

Edição

Seção

Atividade biológica e etnofarmacologica

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